Meu querido e muito estimado amigo Miguelito:
A maioria das palavras são mágicas. Sabes bem o quanto me fascinam desde criança. Gostava que esta carta fosse mágica. Hoje as palavras esconderam-se de mim, mas vou procurá-las. Às vezes, elas gostam de jogar às escondidas tal como jogávamos. Naquele tempo o futuro era o dia seguinte, as histórias e brincadeiras que inventávamos.
Miguelito, as palavras que me contaste lembraram-me de muitas coisas. Lembraram-me de outras palavras inaudíveis. Há palavras que deviam permanecer fechadas numa caixa qualquer, longe do ouvido.
As palavras que me contaste destroem a lógica do contacto humano. Perdes a noção da linguagem e de ti. Tens de reaprender a ouvir. Mais importante ainda, tens de reaprender a ouvir-te. O que se passa é isto: primeiro, ouves o ruído. A seguir, os sons. Depois dos sons, a frase. Após a frase, começas a ouvir a palavra. Quando te descentrares da palavra, conseguirás ouvir o silêncio. E, nesse silêncio, ouvirás o bater do teu coração, onde não há palavras. Dentro desse teu pequeno espaço de ser, sentirás o pulsar da vida e escutarás, com atenção desmesurada, a tua voz. Vais reparar que a tua voz não tem palavras. Ouve-a.
As palavras que me contaste destroem a lógica do contacto humano. Perdes a noção da linguagem e de ti. Tens de reaprender a ouvir. Mais importante ainda, tens de reaprender a ouvir-te. O que se passa é isto: primeiro, ouves o ruído. A seguir, os sons. Depois dos sons, a frase. Após a frase, começas a ouvir a palavra. Quando te descentrares da palavra, conseguirás ouvir o silêncio. E, nesse silêncio, ouvirás o bater do teu coração, onde não há palavras. Dentro desse teu pequeno espaço de ser, sentirás o pulsar da vida e escutarás, com atenção desmesurada, a tua voz. Vais reparar que a tua voz não tem palavras. Ouve-a.
Verás o mundo como nunca viste. Olharás para o céu e verás o universo. E, quando vires um sorriso, ocasionalmente, verás a humanidade. Essa é a minha busca: a HUMANIDADE, não tem de ser a tua. (Aqui tens a resposta para a tua pergunta.)
Despeço-me de ti com duas músicas adequadas ao momento: A Sad Shade of Blue de Geater Davis e Girl With One Eye de Florence and the Machine.
Ju, poucas pessoas poderão dizer que se divertiram tanto como nós na infância. Ainda guardo na memória as aventuras que vivemos. Acho que se não estivesses lá não faria sentido. És e serás sempre daquelas pessoas que não conseguimos esquecer e que não qeremos que saiam da nossa vida.
ResponderEliminarO nosso reencontro foi bom, apesar das circunstâncias. Ver-te foi voltar atrás no tempo e rir das asneiras que fizemos.
A tua carta é verdade. E tu és humanidade.
Obrigada pelas tuas palavras e pelas músicas bem escolhidas.
Miguelito, (Vais ser sempre o Miguelito, Já reparaste?)também nunca me esquecerei das nossas aventuras! E que grandes aventuras!
ResponderEliminarE os meus primeiros passos foram na tua casa, com os teus pais. Lembras-te? Ainda tenho o quadro que a tua mãe usou para me convencer a andar.
Quanto à parte da Humanidade ainda estou a aperfeiçoar-me mas acabarei por lá chegar. É um caminho longo.