domingo, 22 de agosto de 2010

Porque a Vida é Bela

      Uma vez que vou estar numa curtinha ausência decidi fazer esta dedicatória especial a todos os meus amigos porque vocês fazem a Vida Bela. Ficam não uma, mas três músicas que me lembro quando estou com vocês:
Louie, Louie, de The Kingsmen;
Boom, Boom, de John Lee Hooker;

E finalmente:

Just the Perfect Day, de Lou Reed.

sábado, 21 de agosto de 2010

Música no Pulmão

      A música de hoje pertence à holandesa Lolly Jane Blue. A cantora ainda não lançou o seu álbum de estreia, mas já colocou alguns videoclips na internet para se dar a conhecer ao mundo. No endereço de myspace de Lolly Jane Blue encontram todos os vídeos lançados até ao momento: Lolly Jane Blue.
    Os videoclips experimentais, realizados pelo talentoso Sil van der Woerd, merecem ser vistos, com atenção redobrada, pela sua ... (Não sei definir!) Independentemente do gosto musical de cada um, no final, resta a sensação de nos terem contado uma estória em imagens.
    
      Este videoclip de Lolly intitula-se Worms.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Curta Curtinha

      Decidi criar a Curta Curtinha para colocar curtas metragens. Aqui vai a primeira. Intitula-se Na Cabeça (Dans La Tête, do ano de 2008) e é da autoria de Grégory Damour, Maxime Entrige, Anthony Gilles e Allan Sellier.
      Antoine Bertrand, soldado, morre durante uma guerra. Chega à porta do Paraíso. A porta abre-se e, de repente, fecha-se. Um anjo que está à entrada chama-o e...





    Na página onde se encontra esta curta existe uma outra: Frat. Optei por escolher Dans La Tête  porque os realizadores conseguem fazer-nos rir da morte. A curta Frat é extraordinária, mas extremamente violenta. Os mais sensíveis não devem ver esta curta. Se tiverem coragem, eis o link:  Frat.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pensamento da Madrugada

      O pensamento desta madrugada é extraído de A Quinta dos Animais (O Triunfo dos Porcos). Este livro, do ano de 1945, de George Orwell, pseudónimo do jornalista e escritor inglês Eric Arthur Blair, retrata a vida de um grupo de animais dentro de uma quinta.
     Um dia, um dos animais tem um sonho. Convoca todos os animais e conta-lhes o que sonhou: uma quinta sem seres humanos, onde todos os animais seriam iguais e livres. E começa a batalha entre humanos e animais…O resultado: uma revolução.  Os humanos são expulsos da quinta, mas, em breve, os porcos transformarão a democracia numa ditadura.

      Do livro fica então este pensamento da madrugada:

«Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.»
                                                                                                George Orwell
   
      Esta história encontra-se disponível em filme animado aqui: Animal Farm (Para variar, em Inglês!). Se optarem por ver o filme ficam já algumas dicas. A história é uma crítica ao regime soviético de Estaline, que George Orwell contestava. Orwell (Blair) era um socialista democrata.
     No período pré-revolução o dono da quinta, Mr. Jones, personfica a figura do Czar Nicolau II. A revolução é uma alusão à Revolução Bolchevique. Da revolução, nascem dois líderes: Napoleon (Estaline) e Snowball (Trotsky*).  Agora retirem as vossas conclusões!

*No filme Frida, retrata-se a amizade (E não só, pelo menos para Frida.) que  se desenvolveu entre a pintora, o seu marido, Diego Rivera, e Trotsky. Em poucas cenas, vemos Trotsky na sua caminhada final.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

No Limite

      No limite percorri a linha do horizonte, a ténue linha do encontro entre a claridade e a escuridão. Vi a vida e a morte. O pesadelo e o sonho. Vi a tua verdadeira face. A face de um EU morto brotado da obtusidade do acaso. Escondes-te nesse vértice de um ângulo obtuso. No vértice de duas semi-rectas abertas, que se estendem até ao infinito sem nunca se encontrarem. A tua divisão, as duas faces, nas linhas de um ângulo obtuso. No vértice o teu EU morto jaz.
     A face do dia é a semi-recta horizontal. A linha constante, sem sobressaltos, nem exaltações. Ruma ao infinito sempre directa, sem uma lomba. Imaculada na sua perfeição. É perfeita na ignorância dos outros. Os outros, os que não vêem a face da noite.
     A face da noite é a semi-recta inclinada. A inclinação sobressai como o culminar rude de um vértice sem bissetriz. Desorientada, dispara num tenso caminho de negritude, além das profundezas do universo. Os outros, nunca a vêem.
     No teu ângulo obtuso nunca caberá nenhuma bissetriz porque o vértice está morto. Obtuso na obtusidade característica de um ângulo sem bissetriz.


domingo, 15 de agosto de 2010

Na Noitinha das Noites

      Gosto de estar acordada quando os anjos voam... Na terra.... Abrem as suas enormes asas... Ofuscam as noites escuras, atordoadas e dormentes... Às vezes, confusas, dolorosas... As noites... Nas noites em que me perco... A olhar o céu, a lua, as estrelas... As noites... Bem na noitinha das noites... Ouço o sussurar de um sino que toca ao longe... Lá, ao longe... Um longe, tão longe...
      Na noitinha das noites... Os anjos encostam-se ao nosso ouvido... Muito encostadinhos... Sopram a criatividade... Bem na noitinha das noites... Os anjos, lá estão... Encostadinhos, ao ouvido... Respiro com os anjos aquele sopro... Sorvo com uma sofreguidão absurda... O seu sopro... Inebrio-me de criatividade... 
      O meu corpo resvala, embriagado, cai... Bem na noitinha das noites... Cai com o sopro dos anjos...  Cai... Bem na noitinha das noites... O corpo... O sopro... Os anjos... A NOITE...

The Angel’s Message
George Hillyard Swinstead


      E, quando os anjos tocam os seres humanos, nasce música celestial: Vexations, álbum de Get Well Soon. Vale a pena ouvir a música soprada pelos anjos. Um exemplo: Aureate.

sábado, 14 de agosto de 2010

Momento de Poesia

o tempo, subitamente solto

o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.
                                                                         José Luís Peixoto


                    

FREEPORTO

      Há dias voltei a ouvir com uma certa insistência esta palavra: FREEPORTO. Uns senhores andam por aí, a falar, de cotovelos irritados e inflamados sempre que alguém ousa pronunciar tal palavra. Pensei para comigo: "Mas agora querem Libertar o Porto (DE NOVO)?". Sim, porque percebi logo que isto tinha dois sentidos. A mim ninguém me engana! Ora vejam lá: (1) Frente Revolucionária Epicurista Especial (à maneira de um corpo de intervenção) (do) Porto; (2) Libertem (Free) o PORTO.
      Emmentes, pus-me a pensar de novo (coisa que não devia ter feito desde o início desta historieta).
(...)
Isto aqui por cima é para dizer que o pensamento demorou muito tempo.
E demorou, demorou, demorou...
Demorou tanto que fiquei sem saber o desfecho para esta estória.




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pensamento da Madrugada

      Sem querer ferir susceptibilidades, as mulheres (Meninas, para quem não gostar do termo.) não deveriam procurar ser como os homens. Deviam procurar ser mulheres e, acima de tudo, aprender a conviver umas com as outras. Só assim poderão lutar pela igualdade de direitos, (E, sai uma redundância!) sendo o que são: MULHERES!
Este pensamento da madrugada, bem curtinho, diz tudo.

"I don't mind living in a man's world, as long as I can be a woman in it."
                                                                                   Marylin Monroe

Música para continuar o pensamento: Glory Box de Portishead.

HOJE É SEXTA-FEIRA 13... TININININININININININININI... (Alguém quer fazer um jantar e/ou sair com treze pessoas? Não me importo de ser a décima terceira convidada! Se fosse um filme de terror, qual dos convidados morreria primeiro?)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Os Dez Mandamentos do Amor

1. Ama-te a ti próprio.

2. Não percas tempo com as pessoas que não amas ou que não te amam.

3. Ama a vida, mesmo na morte. Na morte também houve vida.

4. Faz da vida uma celebração de amor constante.

5. Não deixes, nem maltrates, quem te ama porque estará sempre lá para ti.

6. Ama até aqueles que dizem odiar-te.

7. Ama com o teu sorriso, a tua boa disposição ou, até mesmo, com lágrimas, mas ama.

8. Busca o amor dentro de ti e não nos outros.

9. Ama o dia e a noite, o preto, o branco e o cinzento.

10. Põe o teu amor em tudo o que fizeres.

O amor manifesta-se de várias formas. Ele não é exclusivo dos amantes. Na sua essência não é fisíco. Aliás, o verdadeiro amor nada tem de físico.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Carta Aberta para Miguel

(O Miguel pediu-me para o ouvir e responder-lhe numa carta aberta. Esta é a minha carta para ele.)
Meu querido e muito estimado amigo Miguelito:
      A maioria das palavras são mágicas. Sabes bem o quanto me fascinam desde criança. Gostava que esta carta fosse mágica. Hoje as palavras esconderam-se de mim, mas vou procurá-las. Às vezes, elas gostam de jogar às escondidas tal como jogávamos. Naquele tempo o futuro era o dia seguinte, as histórias e brincadeiras que inventávamos.
      Miguelito, as palavras que me contaste lembraram-me de muitas coisas. Lembraram-me de outras palavras inaudíveis. Há palavras que deviam permanecer fechadas numa caixa qualquer, longe do ouvido.
     As palavras que me contaste destroem a lógica do contacto humano. Perdes a noção da linguagem e de ti. Tens de reaprender a ouvir. Mais importante ainda, tens de reaprender a ouvir-te. O que se passa é isto: primeiro, ouves o ruído. A seguir, os sons. Depois dos sons, a frase. Após a frase, começas a ouvir a palavra. Quando te descentrares da palavra, conseguirás ouvir o silêncio. E, nesse silêncio, ouvirás o bater do teu coração, onde não há palavras. Dentro desse teu pequeno espaço de ser, sentirás o pulsar da vida e escutarás, com atenção desmesurada, a tua voz. Vais reparar que a tua voz não tem palavras. Ouve-a.
      Verás o mundo como nunca viste. Olharás para o céu e verás o universo. E, quando vires um sorriso, ocasionalmente, verás a humanidade. Essa é a minha busca: a HUMANIDADE, não tem de ser a tua. (Aqui tens a resposta para a tua pergunta.)
       Despeço-me de ti com duas músicas adequadas ao momento: A Sad Shade of Blue de Geater Davis e Girl With One Eye de Florence and the Machine. 

domingo, 8 de agosto de 2010

Procuram-se

     Procuram-se dois filmes muito especiais: Crossing, do realizador sul-coreano Kim Tae-gyun;  Sad Dream de Kim Ki-Duk.
     Longe das luzes de Hollywood, das produções milionárias, dos efeitos especiais exagerados e filmes 3D, há um mundo de cinema escondido. Uma espécie de submundo a que não conseguimos aceder. Pior, muitas vezes os filmes são legendados apenas em inglês. Ficam por explorar filmes notáveis, na maioria das vezes, desprovidos de artíficios e de uma simplicidade apaixonante (Crosssing parece-me ser um desses exemplos).
     Fica nesta linha uma música que diz tudo o resto: Hollywood de Marina and The Diamonds.
     
     Crossing pretende espelhar a vida dos norte-coreanos. Todos os dias neste país são executados seres humanos. Um dos motivos: tentam atravessar a fronteira em busca de um sonho e são capturados pelos militares. Por vezes, são levados para as suas aldeias e executados à frente da sua família, amigos, vizinhos... E esta é uma das formas do regime de Kim Jong II ( também chamado de Líder Supremo, segundo a Constituição da Coreia do Norte) travar a fuga do seu povo, implantar o medo e destruir o sonho. Quem consegue sair, sai com uma certeza: A viagem não tem bilhete de volta.
          
Trailer dos filmes aqui: Crossing e Sad Dream

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O ursinho Kuky (filme)

      A páginas tantas descobri este filme maravilhoso que espero ver em Portugal. (Já sei. Filme para meninas! Enganam-se bem! Vejam o trailer e apreciem a fantasia e a arte!) Quem nunca teve um ursinho de peluche na sua infância? Já imaginaram esse ursinho a andar pela floresta, perdido, à procura do caminho para casa num cenário mágico? E a saltitar alegremente por um campo de centeio?
    Vou-vos contar a história do filme:
     Era uma vez um menino de seis anos chamado Ondra. O menino tinha um ursinho de peluche de cor rosa (Sim, já sei: Cor de meninas!). O menino sofria de asma. Então, a sua mãe teve de separá-lo (à força) do seu ursinho, Kuky. Ondra ficou muito triste. No entanto, a sua tristeza não durou muito. O menino pôs-se logo a imaginar uma série de aventuras para o seu ursinho. Ou será que Kuky viveu mesmo estas aventuras? 
   Depois de ver o trailer, o Kuky fez-me viajar à minha infância. Na minha infância lembro-me perfeitamente do Vasco Granja nos encher as manhãs de sábado e domingo (Se a minha infância não me atraiçoa...) com filmes de animação da Europa de Leste. Recordam-se? E do nome do programa? Eu lembro-me era... era... era... (Ainda não se lembram?) Pois bem, chamava-se Cinema de Animação. A minha série preferida era O Lápis Mágico.
 Obrigada Vasco Granja (onde quer que estejas) pelas manhãs deliciosas em frente à televisão!

Trailer do filme aqui: Kuky Returns de Jana Svêráka (Ainda não há legendas em Português.)
Episódio do Lápis Mágico aqui: O Lápis Mágico (Para matar saudades!)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Um Dia Vi Um Filme Assim…

      De seu nome Líbano, este primeiro filme de Samuel Maoz, retrata a guerra e as suas vivências da forma mais real e crua possível, tendo sido já descrito como «graficamente violento» pelo jornal New York Times (Atenção aos mais sensíveis!). Não estamos face a um filme de guerra mas a um filme sobre a guerra e a condição humana.
    Tudo se passa no Líbano, em 1982, na primeira guerra do Líbano. Dentro de um tanque estão quatro jovens israelitas (e, a certa altura, o corpo de um jovem). Viveremos com uma intensidade claustrofóbica as dificuldades de estar dentro de um tanque e de ver praticamente tudo a partir dele. (Desde o início, perdemos a noção de que estamos perante actores ou a ver um filme.) Olharemos dentro dos olhos destes soldados como se estivessem à nossa frente.
      O final é simplesmente surpreendente e de tirar o fôlego. O espectador sente que também é libertado de dentro do tanque.
      De recordar que o próprio realizador, Samuel Maoz, é veterano desta guerra, e este filme é baseado naquilo que viveu. A personagem de Shmulik, nome hebraico para Samuel, retrata o realizador neste período de guerra. Portanto, ninguém melhor para realizar e escrever este filme que, segundo Maoz, é sinónimo de libertação dos seus próprios fantasmas.
      Trailer do filme aqui: Líbano.

domingo, 1 de agosto de 2010

Música no Pulmão

     Deixo esta música de Imelda May, irlandesa e rockabilly, ainda pouco conhecida em Portugal. Recentemente, lançou um novo single, Psycho, que está a dar que falar no Reino Unido. Por agora, fica uma música do álbum Love Tattoo: Knock 1,2,3. (Para quem não sabe: é só clicar no nome da música para poder ouvir.)

Ele Há Cada Palavra!

      A palavra que encontram aqui debaixo de todas estas (e das que ainda vou escrever) estava escondida num dicionário que folheei por um acaso despropositado. Chamou-me a atenção a estranha e pouco comum justaposição de tais palavras.
     Depois, convenhamos, quem teria o desplante de lhe adivinhar o significado que tem?

Engana-rapazes: variedade de pêra e cereja assim chamadas porque, estando já maduras, ainda parecem verdes.

     Então... Os rapazes iam roubar as pêras ou as cerejas. Olhavam para as belas pêras e cerejas: VERDINHAS, VERDINHAS! "Vamos embora 'tá tudo verde. No pomar do André é que é!" Mal sabiam que no seu âmago já estavam maduras e prontinhas a fazer as delícias de um qualquer caminhante esfomeado!
E foi assim que a fruta enganou os rapazes!

Uma História que...

 tem uma frase assim:

"For a temporary shorthand-typist to be present at the discovery of a corpse on the first day of a new assignment, if not unique, is sufficiently rare to prevent its being regarded as an occupational hazard."
P.D. James
Original Sin
merece com toda a certeza ser lida. Toda a história tem uma escrita fabulosa que nos prende até ao último sopro. O leitor persegue um poeta-detective, Adam Dalgliesh, através das páginas do livro, enquanto este desvenda mais um crime ou talvez não.